Fazer um inventário é o caminho legal para transferir os bens de uma pessoa falecida aos seus herdeiros. Mas quem já passou por isso sabe: o processo pode ser caro, demorado e fonte de muitos conflitos familiares.
Neste artigo, vou mostrar os três maiores problemas do inventário, com exemplos práticos, base jurídica e até decisões judiciais, além de apontar a solução definitiva para evitar tudo isso: o planejamento sucessório.
1. O alto custo do inventário
Pouca gente se dá conta, mas o inventário pode consumir até 20% do patrimônio deixado.
Veja como essa conta se forma:
- Imposto sobre herança (ITCMD): varia entre 4% e 8% sobre o valor dos bens transmitidos, conforme o Estado.
- Honorários advocatícios: normalmente entre 3% e 5% do valor total da herança.
- Custas e/ou emolumentos: taxas de cartório para lavrar a escritura (no caso de inventário extrajudicial) ou custas judiciais (se o processo for judicial).
- Certidões: é necessário apresentar certidões atualizadas de tudo e todos, matrícula dos imóveis, certidões de nascimento, casamento e óbitos dos herdeiros, cônjuge e falecido(a), além da certidão negativa de testamento (se for o caso), dentre outras solicitadas pelos cartórios.
- Emolumentos Registro de Imóveis: após finalizado o inventário, cada imóvel precisa ser transferido com registro atualizado, o que gera mais despesas.
👉 Exemplo prático: imagine um patrimônio de R$ 1 milhão. Somando imposto, advogado, certidões e cartórios, o inventário pode custar R$ 150 mil a R$ 200 mil. E se houver pendências (como imóveis irregulares, dívidas ou disputas), o custo aumenta ainda mais.
E a tendência é piorar: há propostas no Congresso Nacional para elevar o ITCMD para 20% ou até 25% — o que tornaria o inventário ainda mais caro, sendo este um caminho provável em razão da reforma tributária que vai tirar muito imposto dos estados, sendo o ITCMD um imposto estadual, a tendência é que a pressão por aumentar a arrecadação do ITCMD aumente.
Outro problema é a falta de liquidez: muitas famílias não têm dinheiro para arcar com as despesas e precisam vender um imóvel ou outro bem com deságio, reduzindo ainda mais o patrimônio herdado.
2. Brigas entre herdeiros
Quando o dinheiro entra em cena, a harmonia familiar muitas vezes sai de cena.
É comum que surjam divergências sobre a divisão dos bens, o valor de cada imóvel, a quem cabe determinado bem ou até a condução do processo.
Esses conflitos podem transformar o inventário em uma verdadeira batalha judicial. Em um caso julgado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP, Apelação Cível nº 100xxxx-47.2020.8.26.0100), o processo de inventário se arrastava há mais de 8 anos por causa de disputas entre irmãos sobre a venda de um apartamento, e só terminou após intervenção judicial determinando a alienação forçada do bem.
Além de desgastar emocionalmente os herdeiros, as brigas aumentam as custas, os honorários e a duração do processo.
3. A demora
A disputa entre os herdeiros é o motivo número 1 no ranking de razões que atrasam os inventários. No entanto, mesmo quando há consenso, inventários podem levar anos para serem concluídos.
Os motivos mais comuns são:
- falta de recursos para pagar o ITCMD e os emolumentos;
- bens irregulares ou sem documentação;
- lentidão do Judiciário.
De acordo com dados do CNJ, um inventário judicial no Brasil pode levar em média de 2 a 5 anos para ser finalizado.
Durante esse tempo, os bens permanecem bloqueados, imóveis não podem ser vendidos e empresas familiares ficam paralisadas, acumulando dívidas e perdendo valor.
A solução: planejamento patrimonial e sucessório
A boa notícia é que tudo isso pode ser evitado.
Com um planejamento patrimonial e sucessório feito em vida, é possível organizar a transferência dos bens de forma antecipada, sem precisar de inventário.
Instrumentos como holding familiar, doações com reserva de usufruto e pactos de quotistas ou acionistas permitem que o titular defina com clareza como o patrimônio será administrado e distribuído no futuro.
As vantagens são muitas:
- Economia: evita ITCMD em cascata, reduz custos com cartório e advogado.
- Agilidade: a transferência ocorre automaticamente, sem processo judicial.
- Harmonia familiar: elimina o risco de disputas entre herdeiros.
- Proteção patrimonial: os bens ficam dentro de uma estrutura jurídica segura.
👉 Exemplo: ao transferir imóveis para uma holding familiar, o patriarca pode manter o controle por meio de quotas com usufruto e evitar o inventário. Quando falecer, os herdeiros já serão sócios, e a sucessão ocorrerá sem burocracia.
Conclusão
O inventário é um processo inevitável quando não há planejamento.
Mas com as despesas cada vez maiores, as brigas familiares e a demora na Justiça, deixar tudo “para depois” pode custar muito caro.
Por outro lado, o planejamento patrimonial e sucessório é um ato de responsabilidade e amor pela família. Ele garante tranquilidade, economia e segurança para as próximas gerações.
Se você quer saber como evitar o inventário e proteger o seu patrimônio, clique no botão do WhatsApp e fale comigo.
Vou te mostrar, de forma simples e segura, como estruturar um planejamento que mantém o patrimônio da família em boas mãos.